Você sabe o que é hanseníase?

Publicado por Noé de Toledo em

O que é Hanseníase?

       A hanseníase, também chamada lepra, é velha conhecida da humanidade, citada, inclusive, na Bíblia. Lázaro foi infectado – motivo pelo qual algumas pessoas ainda chamam esses doentes de lazarentos.

       Por muitos séculos foi uma doença altamente estigmatizante, isto é, condenava seu portador a viver separado da sociedade. O Império Romano, por exemplo, tinha locais específicos para eles, fora do povoado, forçando-os a viver com grande carência de recursos, numa vida indigna. Se saíssem desses locais e fossem reconhecidos, sofriam, com frequência, agressões e eram apedrejados. Isso acontecia pela ignorância do que era e de como se dava a transmissão da doença que, por seu aspecto e evolução, horrorizava as pessoas.  No Brasil, até há bem pouco tempo, tínhamos leprosários, comunidades de onde seus “moradores” não podiam sair. Passavam toda a vida nesses locais. Há, no Youtube, muitos relatos de pessoas que viveram ali.

       Hoje a hanseníase está deixando de ser um “monstro”, pois há cura para a doença, de modo que as pessoas contaminadas, em tratamento, ou já tratadas, podem viver normalmente na sociedade.

       Cerca de 90% das pessoas são imunes à infecção, apresentam resistência a ela.

       A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pelo Mycobacterium Leprae. Agride, principalmente, a pele e os nervos. Sua transmissão se dá pela via respiratória, gotículas de saliva, de pessoas contaminadas sem tratamento. A transmissão por ferimentos é muito rara.

       Após o contágio, a pessoa pode passar mais de três anos sem manifestar a doença – período de incubação. Ao fim desse período, apresenta-se a forma inicial da doença, chamada indeterminada. Nessa forma, a pele apresenta manchas claras, secas, com queda de pêlos e diminuição da sensibilidade, somente na lesão. Ainda não atingiu um tronco nervoso.

       Em uns dois anos, a forma indeterminada poderá evoluir para um dos três tipos possíveis:

  • Tuberculoide – Nessa forma as lesões ficam bem delimitadas com bordas finas e parte central mais clara, são mais secas e têm queda de pêlos. Podem apresentar diminuição da sensibilidade. Em média se apresentam em até 5 lesões e já podem ter envolvido até dois troncos nervosos. Nessa fase, ausência ou diminuição da sensibilidade pode acontecer, inclusive, em pele sem lesão, se essa área for inervada por um tronco nervoso acometido;
  • Dimorfa – com características da forma descrita acima e da descrita abaixo, é uma mistura de ambas. As lesões apresentam halo central claro e bordas mais grossas, chamadas de lesões foveolares. Apresenta mais de 5 lesões, em geral contáveis;
  • Wirchowiana – Apresenta várias lesões em “placas”, manchas, pequenos caroços ou inchaços. Têm baixa sensibilidade em mais regiões do corpo. Nesse tipo há envolvimento de vários troncos nervosos;

       Quando nos referimos à sensibilidade, estamos falando da capacidade de sentir algo tocando a região afetada e, também, da capacidade de sentir e distinguir a temperatura de um objeto, se quente ou frio.

       Os frequentes ferimentos apresentados por alguns doentes ocorrem devido à diminuição da sensibilidade ou até à anestesia de certas áreas do corpo. Isso faz com que a pessoa se machuque, sem perceber, pois não sente quando se fere.

       Aqueles que tiverem interesse em aprender mais sobre a hanseníase, podem encontrar, na internet, muitas imagens das formas descritas acima, assim como a história da doença durante a evolução humana.

       Não se esqueçam: a hanseníase tem cura. Se tiver dúvidas sobre alguma alteração de sensibilidade ou lesão de pele, procure um médico.

         Para saber mais ainda sobre a Hanseníase, assista um vídeo específico do assunto no nosso canal do youtube. Clique aqui e veja.

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Categorias: Saúde

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