A natureza da mente na psicanálise

Publicado por Noé de Toledo em

A natureza da mente na psicanálise

 

Há muitos tempo, o homem vem tentando entender o funcionamento de sua própria mente. Não podemos negar que seu mecanismo nos parece misterioso, senão mágico.

Achamos que nos conhecemos muito bem, até que uma situação inusitada aconteça e, de repente, nos surpreendemos com a forma como reagimos a ela e com a aparente inconsistência dessa reação, quando comparada àquilo que acreditávamos ser e pensar.

Por que somos assim? Muitos pensadores e filósofos vêm tentando explicar o comportamento humano há milênios.

O início de um estudo mais pragmático, consistente e científico aconteceu com as pesquisas do Dr. Sigmund Freud, no final do século XIX.

Freud postulou que a mente apresentava três instâncias funcionais: O consciente, o pré-consciente e o inconsciente. Se compararmos o todo da mente a um iceberg, o consciente seria a pontinha que está para fora da água, o pré-consciente a parte que hora se esconde e hora aparece, conforme a superfície da água se movimenta ao redor da ponta emersa do iceberg, e o inconsciente seria a parte sempre imersa. Esse exemplo é bastante útil pois, também, ilustra, em relação à mente como um todo, a proporção daquilo de que temos consciência enquanto estamos acordados. A parte consciente é muito pequena e a inconsciente é muito grande.

Com essa percepção, o segundo passo de Freud foi tentar achar um método para acessar o inconsciente. Daí surgiu a psicanálise, matéria bastante específica dentro da psicologia.

Freud percebeu que o inconsciente se manifesta, com frequência, através de atos que chamou de:

– chistes – manifestações de humor, gracejos, piadas, atrás das quais a pessoa tenta dizer, de modo “disfarçado”, aquilo que realmente pensa; – –      – atos falhos – são aqueles que, embora pareçam ter sido um acidente, podem indicar a verdadeira forma de pensar da pessoa, caracterizando-se por falhas da linguagem, falhas da escrita, esquecimento de boas maneiras e etiqueta diante de certas pessoas, situações, etc.;

–  os sonhos –  muitas vezes, manifestação de desejos reprimidos e recalcados em nosso inconsciente que, aqui, ganham a liberdade para se manifestar, buscando a realização.  Mas como proteção, os sonhos se apresentam deformados, sendo essa deformação um mecanismo de proteção, evitando ferir o ego do sonhador que, consequentemente, acordaria. Situações de conflito podem levar àquilo que chamamos de sonhos recorrentes.

Para Freud, os sonhos eram a chave para a psicanálise. Acreditava nisso a ponto de fazer a seguinte afirmação: “Quando me perguntam como pode uma pessoa fazer-se psicanalista, respondo que é pelo estudo dos próprios sonhos”.

A interpretação dos sonhos recebe o nome de oniromancia. Vem sendo praticada pela humanidade desde tempos imemoráveis. Há registros de interpretação dos sonhos na Caldéia, no Egito antigo e, até, no Velho Testamento, onde se relatam as interpretações de José.

Como vemos, a mente humana é misteriosa e fascinante. Busquem aprender mais, pesquisem, pois se trata de um conhecimento que pode se transformar num instrumento muito útil para a compreensão da natureza humana.


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