A febre Amarela!

Publicado por Noé de Toledo em

A febre amarela!

       O que é a febre amarela? É uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus. Trata-se de um vírus tropical comum na América central, na América do Sul e na África.

       Para que a pessoa adquira a doença, tem que ser picada por um “vetor artrópode”, isto é, um mosquito que tenha a capacidade de, também, se infectar com o vírus. São sempre as fêmeas que picam as pessoas, pois retiram do sangue de suas vítimas substâncias necessárias ao desenvolvimento de seus ovos.

       Assim como na dengue, zika e chicungunya, não há transmissão direta de pessoa para pessoa. Há necessidade de um vetor que faça a transmissão da doença. Isso significa que, no ciclo do vírus da febre amarela, deve haver um reservatório para o vírus. Vamos, agora, explicar como isso acontece.

       A febre amarela possui dois ciclos epidemiológicos distintos para sua transmissão. Um chamado silvestre e outro chamado urbano, como descritos abaixo:

  • O ciclo silvestre é aquele que ocorre nas matas ou na borda entre elas e a zona rural. O mosquito transmissor é o Haemagogus – na maioria das vezes -, ou o Sabethe. São mosquitos silvestres que não conseguem viver na zona urbana. Nesse ciclo o reservatório para o vírus costuma ser o macaco.
  • O ciclo urbano ocorre, como o próprio nome diz, na zona urbana, ou seja, nas cidades. Seu vetor é o Aedes aegypti – o mesmo mosquito que transmite a dengue, zika e chicungunya. Aqui o reservatório para o vírus é o próprio homem.

É do ciclo silvestre que se origina o ciclo urbano. No ciclo silvestre o mosquito pica o animal infectado, se infecta e, após isso, se picar uma pessoa, transmite a ela a febre amarela. Se essa pessoa sair da região silvestre e for até região urbana, onde exista o Aedes aegypti, pode ser picada por ele, infectá-lo e dar início ao ciclo urbano. Nesse caso o reservatório para o vírus passará a ser o próprio homem.

       A forma da doença no homem é a mesma, independente do ciclo que a causou.

       Na maioria dos casos, cerca de 85% deles, a doença é leve e evolui bem. Muitas pessoas nem têm sintomas. Os sintomas mais comuns, que podem durar entre três e quatro dias, são: febre; dores musculares – principalmente nas costas -; dor de cabeça; língua, rosto ou face muito vermelhos; cansaço; falta de apetite; vômitos; náusea; e sintomas semelhantes aos de uma gripe comum.

       Cerca de 15% das pessoas apresentarão a forma mais grave, que se inicia aproximadamente um dia após a melhora dos sintomas comuns. Nessa nova fase, também chamada de fase tóxica, o vírus afeta outros sistemas e órgãos, principalmente os rins e o fígado. Há retorno da febre alta, dores abdominais, os olhos e pele ficam amarelos – o vírus inflama o fígado e causa icterícia -, sangramentos nos olhos, boca, nariz, gengiva ou estômago; se acometer os rins pode causar escurecimento da urina. Em casos ainda mais graves a pessoa tem alucinações (delírios) e coma. Esses casos mais graves podem evoluir para a morte após uma semana.

       Como prevenir? No ciclo silvestre não há como combater o mosquito. Nesse caso, a única forma de prevenção é a vacina, que deverá ser repetida após 10 anos. Repelentes podem ajudar, mas sua eficácia é muito baixa.

       No ciclo urbano, a vacina também é indicada. Aqui, podemos combater a reprodução do Aedes aegypti, eliminando seus criadouros, adotando medidas orientadas pelo ministério da saúde. O uso de repelente, também, não é eficaz.

       Tratamento – Não há tratamento específico para a febre amarela. Por ser uma doença viral, a cura dependerá do sistema imunológico da pessoa infectada. As pessoas devem procurar ajuda médica assim que suspeitarem da doença. Medidas gerais, como hidratação e manutenção adequada do estado geral, deverão ser tomadas, assim como suporte à forma mais grave da doença, situação em que o paciente deverá ficar internado.

       Aqueles que forem viajar para áreas de risco de transmissão da doença deverão ser vacinados 10 dias antes da viagem.

       A vacina é contraindicada para gestantes, pessoas com problemas de imunidade – Aids, em tratamento com imunossupressores, leucemias, neoplasias, transplante de órgão -, pessoas com idade acima de 60 anos, crianças com idade inferior a 9 meses e pessoas alérgicas à gema de ovo.

Temos no nosso canal do Youtube, dois vídeos completos sobre esse assunto, acessem:

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