O que você está buscando em sua vida?
O que você está buscando em sua vida?
A imensa maioria de nós simplesmente vive. Temos uma rotina que, com o tempo, nos transforma em seres autômatos. Quase tudo o que faremos durante a semana, o mês, o ano, está determinado por essa rotina na qual, distraídos, nos colocamos.
Por que tendemos a agir dessa forma?
Nossa sociedade está organizada de modo a produzir conceitos e padrões, aparentemente, tão consistentes que, paulatinamente, vão retirando nossa “individualidade”, fazendo-nos acreditar que seus valores são melhores que os nossos. Fica quase natural nos permitirmos moldar-nos por ela.
O que realmente importa é a felicidade. Podemos ser felizes de infinitas maneiras, – desde que respeitando os outros seres -, em qualquer fatia sociocultural a que pertençamos, com infinitos valores, com qualquer aparência. Por que precisamos corresponder ao que esperam de nós? Quem disse que gente magra é, necessariamente, mais bonita que gente gorda? Quem disse que gente bonita é mais feliz que gente feia? Quem definiu o que é bonito e o que é feio? Quem disse que gente rica é mais interessante que gente comum? Quem disse que uma determinada raça humana é melhor que outra? Qual crença é a melhor? Esses são exemplos das tolices que consomem quase que totalmente nosso tempo de vida aqui na Terra. Ficamos tão imersos nesses conceitos que nos esquecemos de quem somos.
Em minha prática médica, que já completa 30 anos, estudei meus irmãos humanos enquanto os consultava. Aprendi muito com meus pacientes, inclusive a respeitar e a amar a diversidade. Sempre que tenho a oportunidade e a intimidade necessárias, lhes pergunto se sabem o que é a felicidade, ou se sabem o que querem para ser felizes. A maioria não sabe responder, muitos não têm uma resposta definitiva, e uma minoria, geralmente a mais idosa, busca uma vida simples, com mais afeto, uma companhia carinhosa com quem possa conversar, relação de amizade com parentes e pessoas próximas e, frequentemente, o amor de um animalzinho de estimação. Tenho acompanhado alguns pacientes terminais com câncer, pessoas desenganadas, que são os mais extraordinários. Perceberam a natureza efêmera e ilusória da vida e tudo o que desejam é se perdoar de erros cometidos por orgulho e ignorância que, agora, superaram ao perceber sua mortalidade. Desejam pedir perdão e, muitas vezes, agradecer ajudas e favores. Sentem muito amor por seus próximos e querem morrer com consciência leve. Esse deveria ser nosso entendimento da vida a todo momento, mas, infelizmente, estamos iludidos por todo esse cenário tolo que nos cerca, fazendo-nos, durante muito tempo, ignorar nossa mortalidade e o direito do próximo à mesma felicidade que perseguimos.
Pensem nisto: ninguém viverá para sempre. Procurem o autoconhecimento, procurem adquirir respeito pelos outros seres com os quais compartilhamos o mundo, incluindo animais e plantas. Busquem sair dos “moldes”, a menos que seja seu real objetivo, e, com isso, viver suas vidas como realmente sentem e precisam. Amor, respeito e compaixão são sentimentos que nos trarão a verdadeira felicidade, assim como verdadeiros amigos.
Nunca me esquecerei da linda atriz Sandra Bréa que, perto de morrer de AIDS, disse a um repórter: “Eu sou totalmente amor”.
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