Será que é possível diminuir nossas frustrações e o sofrimento por nossas perdas?

Publicado por Noé de Toledo em

Será que é possível diminuir nossas frustrações e o sofrimento por nossas perdas?

Quando paramos para observar a vida, se estivermos atentos, percebemos coisas
além da superfície. Há muito mais a ser considerado no que determina nossa
satisfação e felicidade.
A maioria de nós raramente percebe a responsabilidade que tem em relação à
própria vida. Precisamos entender que somos os responsáveis por nossas escolhas,
ninguém mais. Somos nós que decidimos os caminhos que trilharemos e, com essa
decisão, o tipo de experiência que viveremos. Entretanto, a sabedoria necessária para a escolha mais adequada depende de certas considerações e reflexões.
A primeira reflexão é o reconhecimento da impermanência das coisas. Tudo muda
o tempo todo, e essa mudança não está sob nosso controle. Por exemplo, não
podemos permanecer jovens a vida toda. Se não morrermos agora, haveremos de
envelhecer. Nada nem ninguém está sob nosso controle, o que significa que nossas
prioridades e interesses estão sempre mudando. Somente essa reflexão já seria o
suficiente para reduzir, em muito, nosso sofrimento e frustração diante da vida.

Temos uma inadequada tendência a nos apegarmos às coisas, pessoas e emoções, como se fossem eternas. Se reconhecermos a transitoriedade de tudo, poderemos viver
intensamente nossas alegrias, quando surgirem, sem a infeliz ideia de querer
perpetuá-las. Nem mesmo as pessoas de quem gostamos poderão estar eternamente conosco.
Tudo o que se encontra está destinado à separação. Das coisas que causam essa
separação, a morte é a mais definitiva e dolorida. Precisamos reconhecer que o
passado não mais importa e que o futuro será determinado pelo agora! O reconhecimento consistente da impermanência levará, certamente, à atitude de desapego. Precisamos aprender a largar. Caso contrário, além de já não mais estarmos felizes, fechamos as portas para novas experiências e possibilidades.
Não seremos felizes se condicionarmos nossa felicidade a algum fator externo ou a
outra pessoa. Nada pode nos possuir, assim como não podemos possuir nada. Nem a
melhor das relações humanas estará livre da separação. Se a união resulta em felicidade mútua, que seja vivida enquanto durar, mas devemos estar conscientes de que, a qualquer momento, pode acorrer uma separação, seja voluntária ou causada
pela morte de uma das partes. Essa é uma verdade incontestável e inexorável.
Então, para diminuir nossas frustrações e o sofrimento por nossas perdas, precisamos adotar uma postura mais livre diante da vida, mais desapegada. Somente a consciência de que estamos aqui, transitoriamente, poderá diminuir o peso da
angústia de estarmos à mercê de um universo dinâmico e sempre em mutação onde, a cada segundo, coisa surgem e coisas desaparecem.
Reflitam sobre isso; pode ser de grande valia numa hora de dificuldade, ansiedade,
angústia e medo.

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